Uma noite, tivera um sonho e acordou abestalhada.
A canoa virou, levando toda a farinha a misturar com a água
amarela do rio, o saco de roupas, a trouxa com lata de farofa,
as bananas. E a criança, não havia a criança.
Acordou entre gritos, desespero, dor moída.
Somente o saco plástico com os documentos, conseguiu agarrar.
Voltava para casa, muda e triste, como as árvores dos barrancos prestes
a virarem balseiro, a espera da próxima enchente.
Acordou assim. Olhou ao lado, a rede vazia a balançar.
Levantou, calçou as botas sete léguas, pegou o
saco de estopa e foi para o barranco apanhar o feijão.
Com sorte, talvez uns ovos de tracajá.
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